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Autocuidado: Uma Jornada para Reconectar com Nossa Essência

UMA ANÁLISE DA OBRA MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS, 

DE CLARISSA PINKOLA ESTÉS

 

No livro Mulheres que Correm com os Lobos, Clarissa Pinkola Estés nos oferece uma reflexão profunda sobre a mulher e sua conexão com a sua verdadeira natureza. A autora, ao mesclar mitologia, psicanálise e contos populares, nos convida a resgatar a mulher instintiva e selvagem que existe dentro de cada uma de nós. Muitas vezes, nos afastamos dessa essência por conta das pressões sociais, que impõem papéis e expectativas que limitam nossa liberdade e nossa autenticidade.

 

Estés afirma que a mulher selvagem, uma figura simbólica no livro, é aquela que carrega em si a sabedoria ancestral, a coragem de ser quem realmente é e a força de seguir seus instintos. Ela está em todas as mulheres, mas, frequentemente, fica adormecida, sufocada pelas demandas externas. O processo de autocuidado, dentro dessa visão, não é apenas sobre cuidados físicos ou estéticos. O verdadeiro autocuidado começa quando nos permitimos nos reconectar com essa mulher interior, com nossa essência mais profunda e verdadeira.

 

A autora escreve: 'A mulher selvagem é a força da vida em todas as suas formas e ela é a nossa verdadeira natureza.' Esse trecho revela a importância de resgatar aquilo que, muitas vezes, deixamos de lado em nossas rotinas agitadas. O autocuidado, como proposta de reconexão, é essencial para que possamos viver de forma plena e autêntica, respeitando nossas necessidades e nossos limites.

 

No mundo moderno, as mulheres são constantemente desafiadas a atender a inúmeras exigências – tanto pessoais quanto profissionais. E, muitas vezes, isso nos leva a negligenciar a nossa saúde emocional, mental e física. O autocuidado, então, torna-se uma prática vital, mas que exige coragem para romper com os padrões estabelecidos. Ele vai além de um momento de lazer ou de um tratamento estético; é um movimento de resgatar a mulher que somos, de nos escutarmos, de entendermos nossos ritmos e necessidades.

 

Clarissa Pinkola Estés também nos fala sobre o ciclo da renovação, um conceito fundamental para o autocuidado. Assim como a natureza, as mulheres passam por momentos de perda, fragilidade e cura. Esses ciclos não devem ser vistos como falhas, mas como oportunidades de crescimento. O autocuidado, nesse sentido, respeita esses momentos e os transforma em processos de renovação. Estés explica: 'A mulher selvagem não tem medo de se reinventar, de se perder e de se reencontrar'. Assim, a prática constante de autocuidado se torna uma jornada contínua de transformação, onde cada ciclo traz novas lições e oportunidades de evolução.

 

Resgatar nossa mulher selvagem é um passo crucial para encontrar equilíbrio e harmonia em nossas vidas. Ela nos lembra de nossas paixões, de nossos desejos mais profundos, de nossa força interior. E, acima de tudo, nos ensina que o autocuidado é um ato de amor e de respeito por quem somos. Ao cuidar de nós mesmas, estamos, de fato, fazendo um ato de resistência à pressão do mundo externo que tenta moldar quem deveríamos ser.

 

Portanto, o autocuidado é uma prática contínua de escuta e de conexão com nossa essência. Não se trata apenas de cuidar do corpo ou da mente de forma isolada, mas de uma integração profunda com nosso ser. Resgatar nossa mulher selvagem significa se permitir viver de forma autêntica, com coragem e com a liberdade de ser quem somos, em todas as nossas facetas.

 

BIOGRAFIA:

Clarissa Pinkola Estés é uma psicóloga, analista junguiana e escritora norte-americana, conhecida principalmente por seu trabalho com o empoderamento feminino e a psicologia das mulheres. Sua obra mais famosa, Mulheres que Correm com os Lobos, tornou-se um clássico, explorando os mitos, contos e histórias tradicionais para revelar os arquétipos femininos e os aspectos profundos da psique da mulher. Ela nasceu no Colorado, em 1945, e dedicou sua carreira ao estudo da psique humana, especialmente nas esferas da psique feminina. Seu trabalho combina mitologia, psicologia e espiritualidade, e é altamente influenciado pela teoria junguiana. Estés também é conhecida por seu trabalho de terapia, onde utiliza contos e narrativas para promover a cura e o autoconhecimento.

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